TEMPO DE CONVERSÃO

Quaresma e o músico católico: é preciso atenção neste tempo

A Quaresma compreende o período de preparação para a Páscoa

A palavra “Quaresma” tem origem no latim com a palavra: quadragesima dies (quadragésimo dia). O tempo da Quaresma vai da Quarta-feira de Cinzas (rito latino) até a Missa vespertina da Quinta-feira Santa, iniciando o Tríduo Pascal.

“Trata-se de um número que exprime o tempo da expectativa, da purificação, do regresso ao Senhor e da consciência de que Deus é fiel às suas promessas” Papa Bento XVI (22 de fevereiro de 2012).

Os músicos precisam de atenção ao tempo litúrgico da Quaresma.

Foto: cancaonova.com

Tempo de penitência e conversão quando se dá atenção ainda maior às práticas de jejum, esmola e oração, conforme o Evangelho de Mateus (Mt 6,1-6.16-18), proclamado na Quarta-feira de Cinzas.

“A penitência interior do cristão pode ter expressões muito variadas. A Escritura e os padres insistem, sobretudo, em três formas: o jejum, a oração e a Missa, que expressam a conversão com relação a si mesmo, com relação a Deus e aos demais. Junto à purificação radical operada pelo batismo ou pelo martírio, citam, como meio de obter o perdão dos pecados, os esforços realizados para reconciliar-se com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação pela salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade, “porque a caridade cobre a multidão dos pecados” (1 Pedro, 4,8) (Catecismo Igreja Católica, n. 1434).

O que não cantamos durante a Quaresma

Neste tempo, no rito latino, suprimimos o hino do Aleluia (IGMR 62) – cantado ou recitado. O hino do Glória (IGMR 53) é suprimido, salvo em caso de solenidade ou festa, podendo então ser cantado ou recitado normalmente. As solenidades dos calendários, como a Anunciação do Senhor e de São José, são transferidas apenas em caso de coincidirem com algum domingo de Quaresma.

A cor litúrgica do Tempo da Quaresma é o roxo. Para o 4º domingo, chamado Domingo da Alegria, o Domingo Laetare, assim chamado pela primeira palavra do introito em latim: Laetare Jerusalem (Alegra-te, Jerusalém!), é permitido o uso da cor rosa. No Domingo de Ramos, a cor das vestes litúrgicas do celebrante é a vermelha (IGMR, n. 346).

Sobre a ornamentação o IGMR nos diz:

“Haja moderação na ornamentação do altar. No tempo do Advento, ornamente-se o altar com flores, com a moderação que convém à índole deste tempo, de modo a não antecipar a plena alegria do Natal do Senhor. No tempo da Quaresma, não é permitido adornar o altar com flores. Excetuam-se, porém, o domingo Laetare (IV da Quaresma), as solenidades e as festas. A ornamentação com flores deve ser sempre sóbria e, em vez de as pôr sobre a mesa do altar, disponham-se junto dele” (IGMR, n. 305).

Essa sobriedade também é indicada na música:

“No tempo da Quaresma, só é permitido o toque do órgão e dos outros instrumentos musicais para sustentar o canto” (IGMR 313).

Veja também:

:: Por que não cantar o “Glória” e o “Aleluia” na Quaresma?

:: O que cantar e tocar durante a Quaresma?

Sobre o silêncio

silêncio na Quaresma pode ser observado com maior cuidado. “No Ato Penitencial e a seguir no convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior. A seguir, as leituras ou a homilia é para uma breve meditação sobre o que se ouviu; depois da comunhão, favorece a oração interior de louvor e ação de graças”. É o que nós diz a Instrução Geral ao Missal Romano no nº45.

A CNBB, em parceria com a Paulus, tem gravado uma série de CD’s do chamado “Hinário Litúrgico”, apropriados para o Ano A, B e C. 

Outra sugestão é suprimir o canto das ofertas (apresentação dos dons), pois esse “é um canto suplementar, essa categoria inclui os cantos para os quais não há textos específicos previstos. A rigor, são elementos facultativos da celebração, e nem precisam ser falados ou cantados” (Documentos da Igreja sobre música litúrgica Paulus 3.411.3., p. 327).

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