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A sensibilidade da mulher na música

Juliana de Paula fala sobre a sensibilidade da mulher na música

A sensibilidade faz parte da vida de todo artista, para uns mais, outros menos, de acordo com o temperamento e as experiências de cada um. Quem faz arte carrega, intrinsecamente, na sua essência, essa sensibilidade. Aliás, precisamos sentir para poder executar, criar, dizer da nossa arte, e isso é inerente a nós.

A sensibilidade da mulher na música

Juliana de Paula cantora e missionária da Comunidade Canção Nova. Foto: arquivocn/cancaonova.com

Na mulher, especificamente, acredito que essa susceptibilidade se faz de forma ainda mais potente, pois, segundo os estudos científicos, as mulheres conseguem utilizar os dois lados do cérebro. O lado esquerdo é responsável pela fala, razão e raciocínio lógico. Já no lado direito ficam guardadas as emoções, as memórias afetivas e rostos conhecidos. Pela descrição, dá para identificar que o lado esquerdo é mais utilizado pelos homens. Isso não significa que um seja mais inteligente ou melhor do que o outro. É apenas um dado importante, que ilustra um pouco essa sensibilidade toda que nós mulheres trazemos na nossa essência.

Certa vez, eu e meu marido partilhávamos sobre isso, e ele, que é compositor, expressou numa canção tão linda, que pude gravar no meu segundo trabalho, o CD ‘Obra de Arte’ (Paulinas-Comep 2004).

Um trecho da letra da música ‘Canções’ diz o seguinte: “Quando solto a minha voz e esse som ecoa, o meu peito se dilata, o meu coração dispara. Por vezes, chego a chorar. Sinto-te nesse momento e me torno alimento para o teu povo faminto de amor”. E o refrão acrescenta: “Eis o motivo pra cantar: gerar vida. No meio do povo devo estar, criar com sensibilidade, utilizar o dom da arte para amar”.

A sensibilidade da mulher na música

A sensibilidade faz parte da vida de todo artista. Foto: ArquivoCN/cancaonova.com

Existe em mim uma tendência natural de reagir com as minhas emoções àquilo que estou cantando, ao que a letra diz. Nesse ecoar da minha voz, essa sensibilidade me leva a expressar, com mais emoção ainda, a mensagem ou até o sentimento que expresso naquele momento em que eu canto.

Acredito ser uma facilidade da mulher demonstrar sentimentos. Nas canções, isso fica ainda mais fácil, principalmente porque a música sempre fala de nós, do que vivemos. Temos essa necessidade de expressar nossos sentimentos, e isso acontecesse no dia a dia, nas atividades próprias da mulher, como gerar filhos, cuidar, providenciar, perceber e agir. É algo que vai além de nós.

 

A sensibilidade da mulher na música

Nós mulheres precisamos ter Nossa Senhora como exemplo a ser seguido. Foto: ArquivoCN/cancaonova.com

Na música, nós mulheres expressamos um desabafo, expomos aquilo que trazemos na nossa essência, no nosso coração, transformando em arte, em canção, querendo, desejando gerar também em quem nos escuta a nossa canção, que é a vida. Na canção religiosa, então, mais ainda, pois temos uma graça, a responsabilidade de conduzir um povo ao coração de Deus, gerando para Ele vidas transformadas, decididas pela verdadeira vida que é Ele.

Precisamos revelar ao mundo a beleza do Criador por meio de toda sensibilidade dada a nós por Ele por meio da música e das artes.

Juliana de Paula é cantora e missionária da Comunidade Canção Nova.

 

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