A MÚSICA EM TEMPO DE PANDEMIA

Um dos ‘idiomas’ mais universais é a música! Uma obra de Beethoven pode ser executada por um instrumentista no Tibet ou no extremo Oeste do México; a leitura da partitura é a mesma, a interpretação é pessoal, mas as características de composição de Ludwig (van Beethoven) serão mantidas para a integridade da peça musical. Que honra a de cada artista/músico católico: poder interpretar em música a Palavra de Salvação que nos foi deixada pelo Senhor! Ele pediu que evangelizássemos até os confins da Terra. Efetivamente podemos fazê-lo, especialmente, nos dias atuais onde há tanta necessidade de Deus.

Transmitir o Evangelho e a catequese da Igreja, por meio da canção, deve ser considerado mais do que um ‘ministério. É uma verdadeira missão! Quanto mais difícil a circunstância, mais nobre é a missão.

O tempo da Peste, vivido mundialmente nos últimos 15 meses, exigiu: distanciamento, quarentena, isolamento e expectativa. Se nas outras ocasiões de catástrofe sanitária a humanidade se comunicava com dificuldade e atraso, hoje, os meios digitais aceleraram radicalmente o diálogo humano. Ansiedade, luto, solidão ou saudade fazem parte da ‘melodia diária’ de pessoas dos cinco continentes. A barreira linguística não impede que esses sentimentos sejam comunicados nesse tempo difícil. A música é, portanto, o meio de transporte dessa mensagem. Aproxima os distantes, alivia a espera do reencontro, suaviza a agrura do luto e imortaliza lembranças.

Esse esforço envolve músicos de todos os quilates. Técnica e dedicação são importantes. O fundamental é que a missão de cada músico seja executada e impulsionada pela qualidade do testemunho. Numa live, numa missa, num funeral ou num hospital. Onde houver espaço para a canção, haja igualmente um ministro da música do Senhor, capaz de solenizar o anúncio da Palavra que Cura e traz Ressurreição. As lágrimas destes dias servem para umedecer o terreno interior de cada compositor. A experiência pessoal com a Palavra do Senhor, além de socorrer-nos particularmente, dá conteúdo para novas canções.

A pandemia revela heróis e covardes. Nenhum músico tema assumir sua identidade missionária nestes dias. No apoio aos sofredores. No socorro aos necessitados. Na ajuda mútua por causa da ruína financeira. Na melodia que se torna tão poderosa quanto a vacina ou antídoto para qualquer mal. Isso tudo é Evangelho vivido. Tudo confirma o que afirmou a Sagrada Escritura: Nada nos separará do amor de Cristo!

 

No Coração de Jesus,
Pe. Delton Filho

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.