Será que você ligou o piloto automático no seu ministério?
Eu me senti como se tivesse ligado o piloto automático na evangelização por meio da música. E, com isso, deixo claro que, obviamente depois de ter acionado o piloto automático, ele nos leva ao nosso destino ou pelo menos ao destino programado. Mas, algo em mim dizia que estava errado; que precisava de mais; de pelo menos abrir-me às novas possibilidades.
Evangelizar por meio da música pressupõe verdade. Mas, como perguntou Pilatos: o que é a verdade? Será a imagem cristalizada de quem somos ou achamos que somos? Serão as frases feitas, clichês artísticos e espirituais, reproduzidos ao “ad Infinitum” (infinito)?
A verdade na arte e na vida não se apresenta pronta de uma única e definitiva vez, ela se propõe sempre nova, porque, Cristo é sempre novidade. Porém, para inaugurar algo novo precisamos reciclar o antigo, abandonar tudo o que seja velho, pois não é possível propagar a novidade que encontramos em Cristo, mantendo em nós o homem velho. Até a lei da física, a lei de Newton nos alerta que: “dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço”.
Permanecer na novidade
Para encontrar algo de novo, precisei escavar as montanhas do comodismo, ou seja, sair da zona de conforto e dividir com quem caminhava comigo as novidades lançadas ao meu coração.
Dei o manuscrito do meu primeiro livro para o Fred e o Filipe, ambos da banda DOM, para que eles pudessem ler antes de ser impresso; e chamei-os para estarem comigo no lançamento do segundo livro, pois, escrever e publicar eram novidades para mim. No entanto, continuo buscando por essa novidade.
No show de lançamento do DOISRIOS, o projeto com Rodrigo Grecco, usei pela primeira vez uma guitarra no palco e, nesse mesmo álbum, gravei pela primeira vez com violão de aço e guitarra com e-bow. Há algumas semanas nos apresentamos e partilhei com o público histórias que ainda não havia falado.
O desafio de permanecer na novidade não é um desafio que se possa vencer em uma definitiva batalha. A boa novidade (este “evangelho” artístico) precisa nos interrogar sempre! Não podemos nos acovardar diante do questionamento. Como diz uma das canções que gravei no DOISRIOS: “Você quer uma resposta, mas tem medo da pergunta”.