Este é um assunto sobre o qual vale a pena nos debruçarmos para compreender, de fato, como devemos cantar a música sacra
Hoje somos influenciados pelos mais diversos estilos musicais. Temos os nossos cantores prediletos, os quais, muitas vezes, se tornam referência para nós; e isso não é algo mau. Porém, corremos um sério risco de querer “mostrar serviço”, quando cantamos, ao começar a trazer para a música sacra os “gemidos” na voz, sons típicos da música romântica norte-americana, cuja conotação é bastante sensual e, muitas vezes, até erotizada.
A minha pergunta é: será que esse tipo de influência de canto cabe na música sacra?
Outra observação a ser feita é que a música gospel, por exemplo, é fortemente influenciada pela música americana, tanto é que algumas palavras do português acabam ficando “americanizadas”, como por exemplo: “tua” passou a soar como “thua”, entre tantas outras palavras. Além disso tudo, existem os melismas desnecessários e os vibratos em excesso, tudo porque o cantor quer melhorar e crescer; no entanto, com isso ele se perde e peca por excesso. A principal preocupação do cantor precisa ser a excelente afinação e a constante unção. Para isso o cantor precisa ter a consciência clara da sua identidade vocal. Como ministro de música você jamais pode ser cópia de alguém.
A música sacra origina-se do canto gregoriano. Nós, como membros da Igreja, temos uma história musical. Nós temos uma origem. Com isso não estou dizendo que devemos cantar músicas gregorianas nas Santas Missas, mas que precisamos aprender a respeitar as nossas origens se realmente quisermos cantar do jeito certo. Querer inovar ou revolucionar a música sacra, desrespeitando aquilo que é a nossa origem, é um caminho para a crise da nossa identidade musical católica. Ao fazer isso, os cantores se tornam “comerciais” e atendem às exigências do mercado, mas será que estão cantando aquilo que, de fato, é a nossa origem e a nossa identidade musical?
A voz na música sacra deve ser bela e, ao mesmo tempo, sóbria. O cantor não pode ser o “centro das atenções”. O ministro de música precisa ser o canal da graça de Deus.
Lembrem-se, cantores, de que a sua missão é comunicar a Palavra de Deus por intermédio do canto. Quando há excesso e exageros, tudo fica na emoção e na euforia; mas será que isso tudo é o suficiente para gerar a conversão no coração dos homens?
Mais uma vez volto a repetir: sejam bons, sejam profissionais, contudo, também sejam sóbrios, discretos e autênticos. Que a suavidade do seu canto seja a brisa leve do Espírito Santo a repousar no coração da humanidade.
Deus os abençoe!
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