Como é dirigir um coral e dar vida à partitura?

A comunhão de corações e a amizade sincera permitem que cada coralista alcance o meu coração e reproduza aquilo que está em mim

Posso iniciar essa escrita dizendo que esse é um dos maiores desafios que Deus já me confiou ao longo da minha vida: reger um coral. Por que digo isso?

Bem, muitos dos que me veem regendo o coral acreditam que eu fiz faculdade de música, porém, eu nunca fiz nenhuma faculdade. Minha vida com a música iniciou-se aos sete anos de idade, quando comecei a estudar piano. A partir daí, minha vida passou a girar em torno da música.

Estudei piano por muitos anos e flauta transversal. Toquei em grupos de música instrumental e em orquestras; porém, eu nunca, na minha vida, tinha estudado canto, muito menos regência.

Como é dirigir um coral e dar vida para a partitura?

Juliana Moraes fala sobre sua experiência em reger o Coral Canção Nova. Foto:WesleyAmaral/cancaonova.com

Quando cheguei na Canção Nova, em 2010, tinha todo o desejo de servir com aquilo que fosse necessário para a missão. Tinha toda disposição para dar aulas de música, tocar nas Missas ou demais atividades de evangelização; enfim, para a minha surpresa, foi confiada a mim a missão de cuidar do coral e estruturar um trabalho no qual a identidade do coral Canção Nova pudesse crescer.

Foi aí que começou o meu desafio: aprender a fazer algo que eu nunca havia feito. Corri atrás de algumas técnicas bem práticas, aprendi a fazer arranjos para quatro vozes a partir do conhecimento teórico que eu já possuía, mas, principalmente, abrir-me inteiramente a essa inspiração que me foi dada por Deus.

Aprendi que a primeira coisa que eu precisava fazer era conhecer cada integrante do coral, saber da história de cada um, de como eles estavam. É praticamente impossível fazer um trabalhado como esse, que exige total comunhão de corações, se eu não conhecer cada um dos coralistas. Outro ponto importante: eu preciso, enquanto regente, promover a amizade e a unidade entre os coralistas. Eu preciso dar-me a conhecer, pois, na regência, o meu olhar, a minha expressão, os meus gestos, as minhas emoções, enfim, tudo isso permite que os coralistas sintam e reproduzam a música que já está em mim. Isso é algo divino!

A comunhão de corações e a amizade sincera permite que cada coralista alcance o meu coração e reproduza aquilo que está em mim.

Como é dirigir um coral e dar vida para a partitura?

Juliana Moraes partilha que esse é um dos maiores desafios que Deus já confiou a ela ao longo de sua vida: reger um coral. Foto:WesleyAlmeida/cancaonova.com

Quanto à parte técnica, todos os coralistas do Coral Canção Nova estão aprendendo comigo a ler partitura nas aulas de solfejo. É fundamental para o crescimento e avanço do nosso trabalho, o esforço, o empenho e a dedicação de cada um.

Por isso, hoje, muitos deles têm superado as dificuldades e limitações, para aprenderem a ler partitura, pois não é fácil, além de investirem também na técnica vocal.

Fiz questão de dividir essa pequena experiência com você, meu caro leitor, a fim de que não tenha medo de dar a sua vida e ousar nas inspirações que Deus lhe dá. Eu estou aprendendo a reger o coral Canção Nova, porque acredito que essa é a vontade de Deus para mim hoje, e acredito também que Ele me capacita e me dará, um dia, a oportunidade de poder estudar composição e regência, para que eu possa dar o melhor de mim na evangelização.

Deus abençoe
Juliana Moraes, missionária e regente do Coral Canção Nova.

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