REFLITA

Composições e a vida de Santo Agostinho

Santo Agostinho e as letras do CD “O Amor Vai Falar”

Semana passada encontrei com um amigo que me disse: “- Augusto, esse novo CD está muito agostiniano!”. Esse amigo foi aluno do colégio Santo Agostinho e, ainda hoje, desenvolve projetos evangelizadores e pastorais na paróquia que tem o mesmo santo como padroeiro.

Conhecendo algumas frases e pensamentos de Santo Agostinho, ele conseguiu reconhecê-los facilmente nas letras do novo CD “O Amor Vai Falar”. Considero que seria bom partilhar com todos algumas dessas referências.

Sobre Santo Agostinho é importante saber que: além de santo ele é doutor da Igreja e suas obras são referências por sua espiritualidade e contribuições teológica e filosófica. Em suas obras aparecem o seu profundo conhecimento do pensamento grego e sua paixão pela Igreja. Viveu e narrou, em forma de confissões, uma bonita trajetória de conversão que atingiu todos os aspectos da sua existência.

“A medida do amor é amar sem medida”

Em “A Medida do Amor” a frase é explícita e do próprio doutor da Igreja: “A medida do amor é amar sem medida”. Fala, especificamente, do amor amor sem medidas, num mundo oprimido pelo limite do exercício de poder que limita a existência humana. Agostinho nos aponta para um amor que não conhece limites fora de si mesmo.

A canção “Deus do Meu Coração” foi totalmente inspirada nas confissões de Santo Agostinho. A frase: “Inquieto estava o meu coração, enquanto não repousava em ti”, é uma das mais conhecidas do santo. Para Deus fomos criados para só encontrarmos sentido e felicidade para nossa vida n’Ele.

“És o Deus do meu coração,
Teu amor se derrama sobre mim
És o Deus do meu coração
Nada pode me afastar de ti”

No refrão (citado acima) utilizei a expressão tão querida de Santo Agostinho: “Deus do meu coração”, utilizada largamente no livro “Confissões”. E, também, misturei a Carta de São Paulo aos Romanos onde ele fala que: “O amor de Deus foi derramado em nossos corações!”.

“Só amo a Ti, só busco a Ti”

A música “Neste Altar” tem, em seus momentos finais, trechos de um poema que me marcou muito, especialmente, a minha adolescência: “Só amo a Ti, só busco a Ti”, e o poema de Santo Agostinho continua assim:

“A partir de agora, Só amo a Ti, Só Teu quero ser, Só a ti procuro,
Só a Ti estou disposto a servir, Pois só Tu governas com justiça e
Sob a Tua direção quero me colocar”

“Mãe, eis me aqui! Sou teu filho!”

A música “Essa Senhora” tem como subtítulo “Nossa Senhora da Consolação”, padroeira da Ordem Agostiniana Recoleta. A canção nasceu numa tarde, quando voltava para casa e meditava sobre a solidão humana diante dos sofrimentos da vida. Lembrei-me da Pietá e de uma foto que havia visto, naquela semana mesmo, de uma mãe com o filho dela morto – a tiros – nas ruas do Rio de Janeiro.

Imediatamente, pensei no carinho e cuidado de Nossa Senhora com todos nós. Presente na dor e na consolação; solidária e acolhedora. Quem é essa “Senhora da Consolação”? Essa música é cheia de exclamações e termina com uma súplica:

Mãe,
Eis me aqui!
Sou teu filho!
Nos Teus braços gentis quero estar!
Mãe,
Eis-me aqui, sou Teu filho!
Minha vida vou lhe entregar

Essas são algumas referências a Santo Agostinho desse novo CD do DOM. As canções nasceram da forte presença desse Santo em minha vida. Ele é para mim um exemplo de santidade a ser seguido. Sinto-me identificado com ele em muitos aspectos, particularmente em sua busca por Deus e pela felicidade. Como ele mesmo disse: “A busca de Deus é a busca da própria felicidade e o encontro com Deus é a própria felicidade!”.

Um grande abraço para todos!

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