A arte clínica da Música

Musicoterapia é aula de música?

“Musicoterapia é a utilização da música e/ou de seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), por um terapeuta qualificado, com objetivo de facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização entre outros objetivos terapêuticos relevantes, buscando atender às necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas”. (Federação Mundial de Musicoterapia)

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Foto: iStock.bygettyimages

Ao falar em Musicoterapia, logo vem a pergunta: Como funciona esse método terapêutico? – É aula de música? Canta-se, toca-se para o paciente? Como é que se dá esse processo?

Inicialmente, deixaremos bem claro que a Musicoterapia não é aula de música e nem apenas uma forma de atuação onde o terapeuta canta e toca com o paciente.

O musicoterapeuta é um profissional qualificado que cursa quatro anos de graduação e se aprimora tanto na parte clínica, quanto na parte musical, que é utilizada como instrumento de trabalho por esse profissional. O estudante de musicoterapia tem aulas de música (percepção, instrumento, canto, teoria musical), aulas de psicologia, neurologia, psiquiatria, gerontologia que são áreas médicas, além da história da arte, filosofia, sociologia etc.

“Foi reconhecida como ciência apenas nos últimos 50 anos, após a 2ª Guerra Mundial em hospitais nos EUA. Era uma das únicas formas de terapia, que buscava desenvolver e/ou restaurar funções do indivíduo, por ser um processo dinâmico, criativo e estreitamente vinculado à Medicina (1889). A música e a aplicação de sons tratavam problemas emocionais, traumas pós-guerra, restabeleciam funções e proporcionavam bem-estar e qualidade de vida às vitimas da guerra. As possibilidades de comunicação através da música estão na capacidade de ultrapassar a censura verbal consciente e sua ligação íntima com a vida.” (Priestley, 1987).

O processo terapêutico se dá a partir da aliança entre o terapeuta e o paciente

Na confiança e abertura para que sejam partilhadas experiências passadas e futuras; abrindo-se para perceber e notar movimentos e respostas no meio social e conteúdos internos. Nesse processo ocorre uma aliança, sendo que a forma de expressão do paciente não se baseia apenas na verbalização do sujeito ao terapeuta, mas também, na expressão não verbal, e sim, musical do paciente. Os movimentos não verbais também expressam muito de si a outrem, portanto, o que se ouve, como essa música chega a nós, que conteúdos manifestados reportam e lembram, demonstram parte de nós que deve ser trabalhado em terapia.

O fazer música junto, o compor, improvisar, recriar e o ouvir fazem parte deste processo. São partes de um todo, onde o principal beneficiado é o paciente; onde o terapeuta pode executar da melhor e mais eficaz forma sua atuação, promovendo saúde, alcançando os objetivos terapêuticos de melhora do paciente.

Indicações: Área de Saúde: Doença Mental (Psiquiatria Geral) Deficiência Mental, Geriatria, Síndromes Genéticas, Paralisia Cerebral, Deficiência Sensorial – cegueira, surdez -, Autismo, Distúrbios Neurológicos. Prevenção e Processo Neonatal: Gestantes, bebês, crianças, adolescentes, adultos. Escolas e Educação: Distúrbios e Déficit de Atenção e Hiperatividade, Desenvolvimento psicopedagógico.

Fonte: Revista Canção Nova 

Veja também:

.: Música como forma de contemplação


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