Comportamento

O que chama mais a atenção: sua mensagem ou sua postura?

Se o que você demonstra com sua postura está chamando mais a atenção do que a mensagem a qual você é chamado a passar, repense-a

Cada um de nós tem um estilo, uma forma de andar, de agir e de se vestir. Também na forma de servir a Deus, somos um mundo de personalidades e expressões, trazendo riqueza e beleza para a evangelização e para a Igreja. Seria possível, então, rotular ou delimitar uma postura definida para o músico? Isso não seria limitar sua criatividade e sua arte? Ao agirmos assim cairíamos no erro de tentar uniformizar dons e tornar monótono o meio musical da Igreja?

Enquanto escrevo este artigo, vou me lembrando de diversos exemplos de questionamentos que já me fizeram sobre o comportamento dos músicos. Desde “ele está cantando de chinelo” até “ela está usando uma calça vermelha apertada”, passando por “aquele cabelo é muito estranho”. E sempre me pego tentando descobrir se aquela forma de agir do músico é autêntica ou é marketing. Realmente acho muito difícil (e até agressivo) tentar definir qual seria a postura correta de todos os cantores e artistas na forma de cantar, na roupa adequada de usar, no corte de cabelo, entre outros. Porém, percebo que muitos têm se deixado influenciar excessivamente pelo desejo de ser aceitos e reconhecidos. E assim surgem os excessos e as rotulações, e nascem os personagens e, gradativamente, vai morrendo o missionário. Investe-se no que terá boa repercussão e se esquece de ser autêntico com o chamado pessoal de Deus.

O que chama mais a atencao

A postura do músico precisa ser bem avaliada. Afinal, vivemos em um ministério que só existe por intermédio da exposição. Para cantar, tocar e dançar, primeiramente, precisamos ser vistos. E desse modo, nos abrimos para ser avaliados pelo público. Para o músico, o corpo, a roupa, a forma de andar, de cantar, o cabelo, a maquiagem, tudo faz parte da mensagem da evangelização. E as pessoas realmente reparam em tudo! Por isso, cada detalhe deve ser analisado. Mas não em termos de marketing, e sim, de ser compatível com o chamado que Deus tem, para nós, como missionários. Claro que há limites óbvios, como roupas indecentes, atitudes sensuais, estilos não compatíveis com a filosofia cristã e assim por diante. Esses limites são reflexo natural do encontro pessoal com Cristo, que nos mostra o que fere ou não nossa dignidade de filhos amados de Deus. E se o músico não consegue perceber isso, ele precisa voltar um pouco no processo e investir no encontro pessoal com Deus antes de querer sair em missão.

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Por outro lado, a missão que Deus confia a nós exigirá o nosso comprometimento em todos esses aspectos práticos. Se você tem um chamado de cantar cristão, precisa demonstrar isso também na forma de se vestir e interpretar. Da mesma forma, se é chamado ao rock ou à evangelização pelo humor, sua postura precisa ser compatível com esse chamado específico. E essa diversidade é uma riqueza da Igreja, cuja missão é alcançar as pessoas de todas as “tribos” do mundo.

O perigo são nossos excessos, provocados pelo desejo de sermos aceitos e conhecidos. Então, muitos têm caído na tentação de se voltarem demais para o externo e não para o interior e para o que vem de Deus. Muitos têm se preocupado exageradamente com o que será visto pelo outro e não com a mensagem que será passada, fruto da experiência de intimidade com o Senhor.

Se o que você demonstra com sua postura está chamando mais a atenção do que a mensagem a qual você é chamado a passar, repense-a. O externo é só uma isca, um meio de atrair os olhares. O importante é que, quando a atenção estiver voltada para você, as pessoas consigam esquecê-lo para se voltarem para Aquele que é o objetivo de tudo isso. “É necessário que Ele cresça e que eu diminua” (João 3,30).

 

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