A música exerce poder sobre quem a escuta, por isso é preciso que ela seja bem escolhida
Para ter uma resposta adequada sobre isso, é preciso entender que a música exerce poder sobre quem a escuta. Isso é de fácil identificação para nós músicos, pois, quando estamos tocando ou cantando, podemos sentir alterações em nossos sentimentos ao executarmos determinados acordes.
Um exemplo básico disso: um acorde menor é facilmente relacionado a expressões mais tristes como, na Semana Santa, a canção da Via-Sacra: “Ao morrer crucificado, meu Jesus é condenado”. É uma canção que expressa grande tristeza. Já o tom maior expressa mais alegria, mas claro que não só isso. Um acorde com 7º em certas aplicações revela algo indeterminado, esperando uma resolução que seria a tônica maior da harmonia.
O poder da música
A música tem poder de criar “tribos” e de fazer com que mudemos o estilo de cabelo ou que usemos roupas nada convencionais; ela até mesmo pode estimular o uso de drogas. Por outro lado, também tem o poder de incentivar e aumentar a fé. Entre nós músicos católicos costumamos dizer que a música é 70% do grupo de oração devido ao seu grande poder de preparar o ambiente para a pregação da Palavra, a adoração a Jesus Eucarístico e assim por diante. Daí a importância da música ungida.
O fundador da Comunidade Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, ensina que devemos deixar de lado as músicas mundanas e buscar, no Espírito Santo de Deus, a inspiração. As músicas denominadas “raiz” e instrumentais podem ser ouvidas, desde que sejam bem escolhidas. O poder que você tem de fazer escolhas e a graça que o Espírito Santo lhe dá, por meio da oração individual e sua espiritualidade, serão o termômetro para aquilo que você ouve.
Está “na cara”, então, que não dá para ter, em sua coleção musical, CDs e DVDs que o levem ao sexo desregrado, à violência, ao uso de drogas, à pornografia, à infidelidade, entre outros, coisas que vão contra a sua fé. Há, por outro lado, músicas edificantes que falam de boas coisas e trazem boas influências sem falar de Deus diretamente. Assim como há músicas que falam de amor sem expressar algo barato, feito para a satisfação pessoal. Posso afirmar como o saudoso padre Léo dizia: “Há pessoas que fazem música falando de amor para uma mulher, mas, na realidade, buscavam o amor de Deus sem saber”.
Como escolher a música
Então, você vai me perguntar: “E aí, André? Essas músicas posso ouvir?”. Eu lhe respondo com outra pergunta: O que essa música causa em você? Causa melancolia, o faz relembrar o passado, um beijo, um abraço… Ela o faz se lembrar de um passado triste e amargo, da humilhação vivida? O que ela causa em você? A nossa boca fala e canta e o nosso ser expressa do que está cheio nosso coração. Se ouço, o dia todo, músicas que me levam ao pecado, mesmo que este esteja em frases escondidas, fatalmente eu cairei naquele pecado mais cedo ou mais tarde. O que ouço passa a ser influência sobre o que toco e canto: Então, se ouço boas coisas, tocarei e cantarei boas coisas.
Não posso dizer para você que ouça ou não ouça determinado cantor ou banda, mas posso lhe perguntar: O que você escuta tem ido ao encontro da fé que você professa, dos jovens que você quer salvar e do povo que você quer evangelizar? Reze, busque Jesus em adoração para conseguir discernir isso. Talvez seja este o momento de fazer uma grande mudança de influências musicais.
Deus o abençoe! Eu continuo lutando!
André Florêncio – Missionário da Comunidade Canção Nova