A conversão do músico

Quem não precisa de conversão? Apenas os que já morreram. Isto é um fato. Uma verdade. Enquanto estamos nesta terra, e acreditamos que Deus nos chama a uma vida eterna no Céu, precisamos lutar diariamente para consegui-la. Para tal, esforcemo-nos por uma conversão diária e constante.

Todos temos vícios a serem descartados e virtudes a serem conquistadas. Caminhos a serem abandonados e outros a serem trilhados. Nessas atitudes, alimentadas pela vida de oração, vamos trilhando os passos para alcançar o paraíso. A conversão é algo necessário a todo ser humano.

Dito isto, quero voltar minhas palavras ao meus irmãos músicos, ministros de Deus através da música. A todos os que cantam nas paróquias, animam grupos de oração, realizam shows, evangelizam com a canção, cantando ou tocando. Deus, na sua infinita bondade, nos presenteou com um dom maravilhoso. Somos artistas, somos músicos. Temos a graça de, através da nossa arte, chegar aos corações das pessoas. A música tem esse poder.

Podemos, e devemos, nos aperfeiçoar, melhorar e sermos o mais profissional possível para podermos chegar ao maior número de pessoas e evangelizá-las. Para isso, ensaiamos, compomos,  gravamos, vendemos, fazemos shows… e isso tem que continuar para que mais almas sejam atingidas pela Palavra de Deus cantada por nós. No entanto, precisamos estar atentos a um aspecto: que Ele cresça e eu diminua!

Geralmente, o músico é tentado na sua afetividade e sexualidade. Vemos muitos caindo no pecado do sexo fora do casamento, masturbação, distúrbios sexuais, etc. E o chamado é para viver a castidade. Fugir das ocasiões e não se deixar levar pelas seduções do demônio. É preciso se converter.

Outra tentação que nos chega é o amor ao dinheiro. Começamos a querer vender nosso ministério. Eu acredito que devemos ser pagos pelo serviço que prestamos, para muitos é um sustento e pode ser. Até vou além, se as paróquias ajudassem financeiramente nossos músicos teríamos uma liturgia mais bela. Contudo, não podemos cair no outro extremo de exigir e explorar, ir em missão apenas pelo dinheiro. Precisamos nos converter do amor e apego ao dinheiro e vivermos com justiça nossa missão, sempre nos lembrando que o maior objetivo é salvar almas.

A preguiça também é uma tentação que sofremos. Preguiça de ensaiar, rezar, aprender novas músicas, arrumar os microfones com qualidade, etc. Esta preguiça acaba minando nossas apresentações, principalmente, nas Santas Missas que ficam mal cantadas. E como tem missas mal cantadas por aí. Precisamos nos converter da preguiça e sermos fiéis, laboriosos, esforçados.

Temos a inveja como uma grande tentação q sofremos. E como temos inveja dos outros músicos. Invejamos quem canta melhor, quem faz o Salmo, quem tá no primeiro microfone, quem canta na missa da noite. Invejamos o volume do instrumento X que esta mais alto que o meu, etc. Precisamos nos converter da inveja e orarmos e abençoarmos o ministério do outro.

Mas, ao meu ver, a grande tentação do músico é o orgulho e vaidade. O palco, a apresentação, o protagonismo, gera em nós esse sentimento. Ficamos sempre esperando os  elogios, aplausos e reconhecimento. Que eles venham, e quando vierem, precisamos dar Glória a Deus.

Essa tentação é bem sutil e, por isso, precisamos estar mais atentos. Por isso, minha palavra é: humildade, que vem pela vida de oração e mortificação. Precisamos nos converter.

Poderíamos, ainda, falar de outras tentações ou matérias de conversão. Você pode deixar nos comentários quais você acha que também precisamos lutar. Já que estamos no tempo da Quaresma, tempo de conversão, nos esforcemos para abandonar o que nos atrapalha e o pecado que nos envolve. Precisamos nos converter. Este é o tempo.

 

Deus nos abençoe,

Emanuel Stênio

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