A música precisa me levar ao céu e despertar nos corações de quem me escuta o desejo do céu
Por André Florêncio
Missionário da Comunidade Canção Nova
No decorrer da minha caminhada musical e cristã, pude perceber que a música tem um poder incrível de fazer a opinião, de animar, de desanimar, de induzir, entre outros. Ela, de fato, mexe conosco, com nosso interior e vai além: faz com que coloquemos o que está dentro para fora, ou seja, faz com que os sentimentos se tornem visíveis a todos.
Verificamos isso em muitas pessoas que “curtem” determinados estilos musicais e acabam assumindo para si aquela determinada maneira de ser, vestir, andar, baseadas no conceito que veio junto com aquele estilo musical. Certamente, não é só a música, é toda a escolha do modo de vida que elas adotam. E a música é o “carro-chefe”, se assim podemos dizer.
Isso não é uma crítica a nenhum estilo musical ou à determinada maneira de se portar ou a qualquer liberdade de escolha. Quero simplesmente exemplificar, e tomando esse exemplo quero chegar àquilo que faço por graça de Deus: a música cristã, católica.
Se a música tem esse poder de entrar pelos meus ouvidos e mexer com todo meu ser, então é necessário que a música católica desperte nosso interior para a santidade; é primordial que a música nos leve para Deus.
A música dentro da Igreja continua mexendo com nossos sentimentos, continua tendo o mesmo efeito que a música fora dessa instituição tem. Mas onde está o nosso diferencial? O nosso diferencial está no que somos. E digo isso diretamente aos músicos, àqueles que fazem música cristã, católica. O agir segue o ser, se busco a santidade, minha música automaticamente também buscará santidade e as pessoas que a escutam também sentirão o desejo de buscá-la [santidade] e, assim, como costumo dizer: “e vida que segue”.
Tudo começa em um coração que quer encontrar o Senhor. Falando de modo bem pessoal, Deus me deu a música, mas me deu para me ganhar, ou seja, sou músico para ir para o céu. A música foi um modo por meio do qual Deus, na Sua misericórdia, viu que poderia me levar para o céu, e com minha ajuda poderia também levar outros para o céu. Mas é meu o chamado, é minha a escolha de buscá-Lo pela música e levá-Lo pela música.
Nós nos enganamos muitas vezes e saímos do essencial da nossa musicalidade, achamos que nossa música só é eficaz quando o externo (som, palco, público) está perfeito; no entanto, esta só tem eficácia quando nosso coração está lutando para chegar à perfeição, externando nossa vida de oração e comunhão com o Espírito Santo. Não nos enganemos, sejamos hoje também pessoas que criem estilos de “santos” em nossa comunidade, paróquia, famílias, entre outros.
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