A vaidade é inerente à natureza humana, mas não pode ser alimentada se quisermos imitar Jesus que é “manso e humilde de coração”
A primeira coisa a se fazer na luta contra a vaidade é ter a consciência de que ela existe em todos nós. É ter a consciência de que somos limitados, fracos, pecadores e que trazemos em nós a marca do pecado original. Precisamos assumir que, em diferentes graus, trazemos dentro de nós o pecado do orgulho e da soberba, que são alimentados muitas vezes por nossa vaidade.
Mas o que é vaidade?
Segundo o dicionário “vaidade” é qualidade do que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória. A vaidade é a valorização que se atribui à própria aparência, ou quaisquer outras qualidades físicas ou intelectuais, fundamentada no desejo de que tais qualidades sejam reconhecidas ou admiradas pelos outros.
Ou seja, vivemos e alimentamos a vaidade quando queremos ser reconhecidos e amados por nossos dons, talentos e serviços que fazemos, esquecendo-nos de que tudo que temos e somos, recebemos de Deus. Somos ministros do poder de Deus para o Seu povo e, portanto, precisamos estar à disposição d’Ele, para que o Seu povo seja alcançado por Sua graça e salvação.
Somos chamados a ser canal da graça de Deus
Ser canal significa ser o instrumento por onde a graça passará, o veículo de condução. Não significa ser “a graça” ou ter o poder sobre a graça. Se usando a nossa imaginação, tornássemos uma seringa num ser vivo, como acontece nos desenhos animados, teria alguma lógica a seringa orgulhar-se da cura de um doente? Mas, ela teria todos os motivos do mundo para alegrar-se por ter sido útil, por ter sido escolhida dentre tantas seringas para levar o remédio a um doente. Somos como a seringa que leva o medicamento que cura e salva o doente. Mas, não somos o remédio. Somos somente o veículo que leva o remédio. Se cultivarmos esta verdade em nossos corações será um antídoto contra a vaidade! Humildade é a qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre o outro.
“Assim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16).