Hoje (15), celebramos o dia mundial do compositor. Seja ele de letras ou trilhas, o processo de dar vida a uma canção é mais do que ter conhecimento técnico, é o exercício de um talento, de emitir e transmitir sentimentos, realidades, mensagens, verdades. Para falar um pouco sobre o processo de composição conversamos com Pitter di Laura, missionário da comunidade Canção Nova, cantor e compositor de mais de 100 músicas.
A composição na minha vida
A composição, de fato, foi uma graça recebida. Antes de entrar para a Canção Nova eu nunca havia composto ou escrito nada musical. Depois que entrei para a comunidade, em 2005, começaram a aparecer os primeiros esboços musicais e nasceu o desejo de fazer música.
Uma grande escola, para mim, foi trabalhar com crianças no departamento infantil onde eu fazia músicas muito simples, porque as temáticas precisavam ser simples, e isso foi uma escola: começar do simples.
Como nasce uma composição inspirada?
Não existe uma fórmula pronta, existem alguns padrões, mas não um jeito fixo de se fazer. O processo de composição começa antes da escrita, ao menos, comigo. Geralmente, a “matéria-prima” vem a partir de algo que eu vivi, ou que alguém viveu e me marcou, quando leio algo que me impactou, quando assisto um filme, por exemplo, e fica uma mensagem forte… fico pensando sobre aquilo por algum tempo e, após uma reflexão demorada, a coisa vai tomando forma dentro de mim. Depois, tudo isso vem no pensamento, na minha oração pessoal e, assim, nasce uma melodia marcante antes da escrita. Se a melodia se fixa na memória, se eu não esqueço, percebo que é a hora de pegar o papel. Assim, tenho o assunto e tenho a melodia, e então, é só uma questão de encaixar as palavras certas, as rimas da maneira correta. A partir daí vem a construção musical: a estrofe e o refrão, o esqueleto da música. Após escrever a letra e ter a melodia, pego o instrumento para concretizar a música e canto, pela primeira vez, mas costumo não gravar a música neste momento, porque acredito que, se a música ficou boa, se ela ficou agradável, certamente, não esquecerei dela, espero um dia, em média, para gravá-la. Depois que gravo a canção, acontece uma lapidação na música, às vezes, acrescento uma “parte C”, troco ou melhoro uma nota musical que pode se encaixar melhor. Geralmente, este é o processo de composição de uma música com inspiração. Por que com inspiração? Porque tem palavra de Deus envolvida ou tem um ensinamento, um dogma de fé, algo neste sentido.
E quando a composição não é inspirada?
Quando a composição não se trata, necessariamente, de uma música, mas de um jingle, por exemplo, é diferente. Pode partir de uma estratégia de marketing ou de uma palavra forte que se quer trabalhar em uma campanha publicitária, por exemplo, e aí se desenvolve uma música em cima, mas não tem nada de inspiração. Claro, tudo é dom, mas, neste caso, é um trabalho mais profissional das palavras, rimas, melodias. O processo de composição de uma música, por exemplo, como a “Barco a Vela”, foi neste molde. Eu peguei o assunto: “me abandonar em Deus”, “deixar Deus cumprir a vontade dele na minha vida e não querer ser Deus da própria história” e, a partir daí, veio a melodia do refrão e, depois, o desenvolvimento da música.
Uma palavra para os compositores
Espero ter ajudado com esta partilha e rezo para que, cada vez mais, nasçam e sejam despertados novos compositores porque eles ajudam demais na vida espiritual e uma boa música nos ajuda a buscar a Deus.
Confira esta partilha com Pitter di Laura na íntegra:
Parabéns a todos os compositores!