Formação

Como superar o desânimo no ministério?

Reconhecer a fraqueza e pedir ajuda são passos para vencer o desânimo no ministério

Sabe quando você atinge seu limite e sente que o copo está transbordando? Quando se sente fraco, sem forças e diz para si mesmo: “Essa é a última Missa em que toco.”; “É o último grupo de oração em que estou servindo no ministério de música.” : tudo isso são sinais de desânimo!

Bom, não serei eu a dizer, como um músico de Deus desgastado e desanimado deva proceder, mas quem sabe encontraremos, juntos, algumas pistas do caminho que devemos percorrer.

Foto: Wesley Almeida

O que devemos fazer com o desânimo?

1 – Reconheça seu momento
Reconhecer como estamos, nossos limites e reais necessidades é o primeiro passo. Jesus, ao encontrar-se com Seus próximos, despertava neles o desejo de entender, claramente, qual era a sua realidade e para onde deveriam seguir para serem felizes. Foi assim com a Samaritana em Jo 4,1-29; com Pedro em Lc 5, 1-10; com o cego em Lc 18, 41-42, e tantos outros. Mas nem sempre temos esta clareza.
Vamos varrendo para baixo do tapete nossos pequenos incômodos. Eles se repetem e vão acumulando. Um dia, tropeçamos em tanta tralha escondida e despejamos, com ímpeto, em quem estiver por perto.

Primeiro passo: reconhecer que o tempo é de pausa, que muita coisa se acumulou e uma boa faxina na alma só pode trazer benefícios.

2 – Aceite o ônus e bônus de uma boa arrumação na alma!
Não é tão simples. Arrumar a alma não é simplesmente reconhecer a dor, o cansaço, a falta de entusiasmo. A faxina da alma requer o convívio temporário com o pó levantado do sofrimento vivido. Também nos exige determinação para colocarmos, no devido lugar, os sentimentos que teimaram em se projetar e deslocar. É preciso refazer os bons hábitos (oração, jejum, penitência, frequência aos sacramentos, estudo da Palavra etc.) e deixar de lado os vícios que cresceram na sujeira.
Disciplina e determinação, nesta etapa, são fundamentais. “Não se vence sem lutar”, diz Santo Agostinho. E a tentação é desistir, simplesmente mudar de lugar para conviver menos com a bagunça instaurada. Mas isso não resolve. Para onde formos, sempre vamos nos deparar com aquilo que permitiu tanta sujeira e entulho, que turva a nossa vocação.

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3 – Peça ajuda e aceite ser ajudado!
Já que citei Santo Agostinho, aqui vão mais algumas frases dele:
“Dor compartilhada é dor amenizada!” – Portanto, peça ajuda e aceite dividir o fardo, a mágoa e a fraqueza. A presença do outro, ouvindo e partilhando do nosso momento, deixa-nos mais capazes de atravessá-lo com segurança, em busca de um destino mais firme.
“Não há necessidade na amizade” – Sabe aquilo que lhe falta? Deixe o outro completar. Somos todos um só corpo e coração. Aquilo que não temos, o outro tem para nos deixar inteiro novamente. Aceite. Deixe que essa onipotência se quebre e uma fortaleza mais sadia se construa a partir da unidade com a Igreja.

4 – Cultive sempre a flor delicada da esperança!
A esperança é sustento na caminhada. Todos nós tropeçamos, todos nos sentimos, em algum momento, fatigados. Mas nosso olhar está voltado para o Cristo! Ele é o norte para onde nos dirigimos. A esperança, talvez, não faça nossos passos ficarem mais leves, mas, com certeza, nos faz pisar mais determinados, na certeza de que não caminhamos em vão!

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