O Dia dos Pais de alguém que é pai, músico e evangelizador

Pai, músico e evangelizador

Quinta-feira teve a festa da escolinha do João, a festa do Dia dos Pais! Eu e os outros pais estávamos lá! Sorrindo, chorando e tirando fotos! Ainda é novidade na minha vida! O João fará 3 anos em dezembro e aqui estou nesse novo desdobramento da minha vida. Mas, o que mudou?

Meu dia começa às 5h da manhã. Preparo o leite para o João e ele volta a dormir, então, sigo aproveitando cada segundo: o e-mail a ser enviado; o texto a ser escrito; letra de canção para ser terminada; aula a ser preparada; estudo do repertório do show do fim de semana. Ele acorda e tem abraço, tem beijo, brincadeiras, música e desenho. Tem também a mochila a ser arrumada; o recado na agenda; o nariz para lavar (ah, essas viroses…), o escovar os dentes; cabelo; etc. Coisa simples que se tornam tarefas complexas já que muitas vezes ficamos exprimidos no correria diária.

Antes que você pergunte pela minha mulher, explico: ela já saiu faz tempo e dará plantão o dia todo. Porém, permanece o tempo todo no nosso coração. Ela dá sentido, lembra-me mais de uma vez do remédio que ela já falou 58 vezes qual é e a quantidade da dosagem. Ela guia meus movimentos em mensagens que direcionam o meu cotidiano.

Ser pai foi um passo seguinte, mas foi também um início de outra jornada. As canções foram inundadas pelo desejo de falar das noites ao lado da cama; das manhãs em parquinhos; das tardes comendo pão de queijo e ouvindo música. Ser pai me deu um sentido de responsabilidade, no entanto, ao mesmo tempo, encheu-me da certeza da minha limitação e finitude.

“Sou o pai que posso ser, apesar de querer ser o melhor pai do mundo”

A certeza de que eu devo fazer o melhor de mim, mesmo a vida improvisando todo tempo. Tenho o livre arbítrio, conto com a providência divina e respeito minha impossibilidade. Sou o pai que posso ser, apesar de querer ser o melhor pai do mundo. E rezo!

E, rezo! Rezamos de formas novas e diferentes; rezamos lavando louças, trocando fraldas com o pé na cara, acompanhando à distância seu filho arriscar-se naquele brinquedo do parquinho que você julga um pouco alto e perigoso demais para ele. Mas, rezamos! Rezamos não mais para ser atendido nos nossos desejos, e sim, para que as necessidades dos filhos sejam atendidas.

Rezamos também pela nossa mulher. Rezamos enquanto ela dorme. Rezamos e choramos escondido (porque de tanto ouvir que homem não chora, acreditamos). Rezamos para ela e por ela, porque ela está cansada; mas ela é o centro da casa, o centro dos nossos afetos. Rezamos para que ela não se sinta sozinha demais. E, no domingo, no Dia dos Pais, sairemos para evangelizar. Nós: pais, músicos e evangelizadores, que precisamos tanto sermos relembrados de onde repousam a nossa fé e esperança. Nós que precisamos ouvir, somos aqueles que irão cantar, tocar e falar. Vamos nos ausentar e voltaremos quando todos estiverem dormindo.

Repetiremos o ritual paterno de imitar um “ninja” nos movimentando em silêncio por entre os brinquedos;  trocando a roupa no escuro… E, antes de dormir, vamos à porta do quarto do filho, damos um beijo nele e, ao nos deitarmos ao lado da mãe do nosso filho, sussurramos: “Te amo”. Então, tudo faz sentido e quase dormindo  começamos e terminamos a nossa oração repetindo: “Deus, obrigado!”.

 

Feliz e abençoado Dia dos Pais a todos nós!

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